Como conseguir Kisunla (Donanemabe) pelo plano de saúde

Muitos pacientes procuram nosso escritório questionando se o plano de saúde cobre Kisunla (Donanemabe).

A negativa de cobertura de medicamentos pelos planos de saúde, principalmente aqueles de alto custo e para tratamento de doenças graves como o Mal de Alzheimer, é uma das principais reclamações de pacientes.

Neste artigo, vamos abordar se o Kisunla (Donanemabe) é coberto pelos planos de saúde, os direitos dos pacientes e como garantir acesso ao tratamento, incluindo alternativas como a judicialização.

Se ainda assim restarem dúvidas, um advogado especialista em planos de saúde da nossa equipe está pronto para te auxiliar a afastar negativas indevidas do plano de saúde e garantir o acesso imediato ao medicamento que você precisa.

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O que é a Doença de Alzheimer

A doença de Alzheimer é um distúrbio neurodegenerativo progressivo que afeta principalmente pessoas idosas, causando perda de memória, prejuízo nas funções cognitivas e, eventualmente, comprometimento da capacidade de realizar atividades do dia a dia.

A doença causa alterações estruturais e funcionais no cérebro, como:

  • Acúmulo de placas de beta-amiloide: proteínas anormais que se depositam entre os neurônios, dificultando a comunicação entre eles.
  • Emaranhados de proteína tau: dentro dos neurônios, essas estruturas se tornam disfuncionais e levam à morte celular.
  • Perda de conexões entre neurônios e atrofia cerebral (encolhimento do cérebro) com o tempo.

A evolução da doença é lenta e os sintomas aparecem aos poucos. Eles variam conforme o estágio:

Estágio inicial (leve)

  • Esquecimentos frequentes (nomes, compromissos, palavras)
  • Desorientação leve em locais conhecidos
  • Dificuldade para planejar ou resolver problemas
  • Mudanças de humor ou apatia

Estágio intermediário (moderado)

  • Dificuldade para reconhecer pessoas próximas
  • Problemas de linguagem mais evidentes
  • Confusão com datas, lugares ou tempo
  • Alterações de comportamento (irritabilidade, desconfiança, agressividade)
  • Dificuldade para cuidar de si mesmo

Estágio avançado (grave)

  • Perda da fala
  • Incapacidade de andar ou controlar movimentos
  • Incontinência urinária/fecal
  • Necessidade de cuidados 24h

 

O Alzheimer é a forma mais comum de demência, representando cerca de 60–70% dos casos.

Estima-se que mais de 35 milhões de pessoas no mundo vivam com a doença — e esse número está crescendo com o envelhecimento da população.

O impacto atinge não só o paciente, mas também a família, especialmente cuidadores, que enfrentam desafios físicos, emocionais e financeiros.

Embora não exista cura, há atualmente medicamentos e estratégias que podem retardar a progressão e melhorar a qualidade de vida do paciente.

 

Para que serve o Kisunla (Donanemabe)

O Kisunla é o nome comercial do medicamento donanemabe, um anticorpo monoclonal dirigido à proteína amiloide-beta que atua para retardar o declínio cognitivo, como perda de memória, dificuldade de raciocínio e diminuição das atividades diárias em pacientes no início do Alzheimer.

O Kisunla (Donanemabe) possui registro junto à Anvisa e tem indicação em bula para o tratamento de doença de Alzheimer (DA) em estágio inicial, que apresentavam comprometimento cognitivo leve, demência leve e evidências de patologia amiloide

Kisunla (Donanemabe) foi avaliado em um estudo principal (Estudo de Fase III TRAILBLAZER-ALZ 2) envolvendo 1.736 pacientes com doença de Alzheimer (DA) em estágio inicial, que apresentavam comprometimento cognitivo leve, demência leve e evidências de patologia amiloide.

O estudo analisou alterações na cognição e na função cerebral dos pacientes, medidas por ferramentas clínicas como a Escala Integrada de Avaliação da Doença de Alzheimer (iADRS) e a Escala Clínica de Avaliação da Demência.

Neste estudo, os pacientes receberam 700 mg de Kisunla (Donanemabe) a cada 4 semanas nas 3 primeiras doses e, depois, 1400 mg a cada 4 semanas (860 pacientes) ou placebo (uma infusão simulada, 876 pacientes), por até 72 semanas.

Na semana 76 do estudo, os pacientes tratados com a medicação apresentaram progressão clínica menor e estatisticamente significativa do Mal de Alzheimer em comparação aos pacientes tratados com placebo.

O tratamento com Kisunla (Donanemabe), tanto em portadores gene da apolipoproteína E4 quanto em não portadores, foi associado a um menor declínio nas pontuações de iADRS e CDRSB e a uma redução significativa na placa amiloide em comparação com o placebo.

É importante observar que o uso do medicamento é contraindicado para pacientes que estejam tomando anticoagulantes (incluindo varfarina) ou que tenham sido diagnosticados com angiopatia amiloide cerebral (AAC) na ressonância magnética antes de iniciar o tratamento, pois os riscos nesses pacientes são considerados maiores que os benefícios.

Recomenda-se ainda a realização de teste para o gene ApoE4, o qual deve deve ser feito antes do tratamento conforme informações do texto de bula aprovada, para avaliação médica de eventuais efeitos adversos.

Ainda assim, é um tratamento promissor e reconhecido como eficaz, representendo esperança para centenas de milhares de pacientes no tratamento da doença de Alzheimer.

 

Qual o preço do Kisunla (Donanemabe)

Comprar Kisunla (Donanemabe) pode ser um desafio pois o preço do Kisunla é de cerca de R$8 mil por frasco e o tratamento mensal pode ultrapassar R$20 mil reais, o que torna o acesso ao tratamento uma grande dificuldade para muitos pacientes.

Portanto obter a cobertura pelo plano de saúde ou pelo SUS muitas vezes é a única forma de ter acesso ao tratamento com uso de medicamentos de alto custo como esse.

 

Plano de saúde cobre Kisunla (Donanemabe)

Sim. Havendo indicação médica o plano de saúde deve cobrir Kisunla (Donanemabe) no tratamento da doença de Alzheimer, pois de acordo com a lei dos planos de saúde, os planos de saúde são obrigados a cobrir o tratamento de qualquer doença prevista na Classificação Internacional de Doenças (CID), o que inclui os medicamentos necessários para o tratamento dessas condições.

Além disso, o Código de Defesa do Consumidor protege o beneficiário de planos de saúde, considerando nulas qualquer cláusula que imponha restrições abusivas, como a negativa de cobertura de um tratamento essencial.

Os tribunais de maneira geral reconhecem que, havendo indicação médica bem fundamentada, o plano deve cobrir o tratamento.

Nesse sentido, podemos destacar a Súmula 102 do Tribunal de Justiça de São Paulo que reconhece que o Kisunla (Donanemabe) tem cobertura pelo plano de saúde:

  • Súmula 102, do Tribunal de Justiça de São Paulo, que diz: "Havendo expressa indicação médica, é abusiva a negativa de cobertura de custeio de tratamento sob o argumento da sua natureza experimental ou por não estar previsto no rol de procedimentos da ANS"

Portanto, se você tem um plano de saúde, seja ele Amil, Unimed, Bradesco Saúde, SulAmérica, Allianz, Porto Seguro, Notre Dame Intermédica, ou qualquer outro, e o seu médico prescreveu o medicamento Kisunla (Donanemabe), o plano de saúde deve cobrir o tratamento.

Ainda assim, existem diversas situações em que o plano de saúde nega a cobertura de medicamentos, então o paciente deve ficar atento pois, na enorme maioria dos casos, essas negativas são consideradas indevidas.

 

Como conseguir Kisunla (Donanemabe) pelo plano de saúde

Para conseguir o medicamento Kisunla (Donanemabe) pelo plano de saúde o paciente deve seguir um passo a passo bem definido que envolve a solicitação do tratamento, obter a resposta do plano e, em caso de negativa de cobertura, buscar suporte jurídico para reverter a negativa.

Vamos então, avaliar cada um desses passos.

 

1. Obter pedido médico detalhado

Quando seu médico faz a prescrição do medicamento Kisunla (Donanemabe) para tratamento de Alzheimer, peça a ele que faça um relatório por escrito bem detalhado com a justificativa por escrito da imprescindibilidade daquele tratamento.

O relatório médico deve conter:

  • Indicação do diagnóstico da doença com indicação da CID
  • Descrição da evolução do quadro clínico em ordem cronológica
  • Indicação dos tratamentos já realizados ao longo do tempo
  • Indicação de que o tratamento proposto neste momento é imprescindível, com referência de leiteratura médica e protocolos (nacionais e/ou estrangeiros) que respaldem a prescrição
  • Indicação expressa de que não há outro tratamento eficaz indicado
  • Descrição dos riscos caso o tratamento prescrito não seja realizado

 

Se o médico do plano não quiser fazer esse relatório detalhado, você pode consultar um médico particular, sem vínculo com o convênio, pois assim não haverá nenhum tipo de conflito entre o médico e o plano.

 

2. Encaminhar a solicitação de cobertura do medicamento ao plano de saúde

Com o pedido médico detalhado em mãos, entre em contato com a central de atendimento do seu plano de saúde e peça posição sobre a autorização de cobertura do tratamento indicado. Anote sempre a data e número de protocolo de atendimento para controle.

O plano de saúde terá então prazo para análise do pedido e responder se irá autorizar a cobertura do medicamento ou não.

Se a resposta do plano for negativa, você pode fazer um pedido de reanálise junto à Ouvidoria do plano de saúde.

 

3. Exija a negativa de cobertura do medicamento por escrito

Sempre que o plano de saúde negar a cobertura de um medicamento de alto custo, é direito do usuário exigir que a negativa seja formalizada por escrito e o plano deve apresentar a justificativa detalhada da negativa num prazo de até 24h.

É importe ter a negativa em mãos, pois a partir daí será possível entender o motivo pelo qual o convênio está negando a cobertura do tratamento.

Na enorme maioria dos casos o plano de saúde nega a cobertura de tratamento alegando questões contratuais ou divergência técnica quanto ao tratamento prescrito pelo médico do paciente.

Leia mais:

Plano de saúde nega medicamento

No entanto, a negativa de cobertura de tratamento pelo plano de saúde normalmente é abusiva, sendo o próximo passo o mais importante.

 

4. Busque suporte de um advogado especializado em planos de saúde

Em situações em que o plano de saúde nega cobertura do Kisunla (Donanemabe), o paciente deve procurar imediatamente o suporte de um advogado especializado em direito à saúde para revisar seu caso e poder te orientar sobre as medidas cabíveis, já que na enorme maioria das vezes, a negativa do plano é abusiva!

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Caso seja constatado que a negativa de medicamento é abusiva, entrar com uma ação judicial contra o plano de saúde pode ser a soluçãomais rápida e eficaz para garantir o acesso efetivo ao tratamento.

 

Como funciona um processo para conseguir medicamento pelo plano de saúde

Como a maioria das negativas dos planos de saúde são abusivas, entrar com um processo judicial contra o plano de saúde costuma ser a forma mais rápida de reverter a negativa e conseguir garantir o tratamento necessário.

O primeiro passo é reunir a documentação referente ao caso, que abrange:

  • Cópia dos documentos pessoais do paciente
  • Cópia da carteirinha do plano
  • Cópia dos comprovantes de pagamento das últimas mensalidades para comprovar que o plano está ativo e em dia
  • Cópia do pedido médico
  • Cópia da negativa de cobertura do tratamento

Tendo toda a documentação necessária em mãos, o advogado irá preparar e dar entrada rapidamente na ação judicial.

Nos processos contra plano de saúde, em que se busca a cobertura de tratamento, normalmente é possível apresentar ao juiz um pedido de liminar contra o plano de saúde.

 

O que é a liminar contra o plano de saúde

A liminar é uma decisão inicial e provisória, na qual o juiz, logo após receber o processo, avalia os fundamentos jurídicos apresentados e o risco de dano que a pessoa pode sofrer caso não tenha uma decisão judicial em seu favor imediatamente.

O objetivo da liminar, também chamada de “antecipação de tutela” ou “tutela de urgência”, é assegurar já em um primeiro momento o tratamento necessário evitando assim que o beneficiário do plano de saúde venha a sofrer prejuízos irreparáveis.

 

Quanto tempo demora para sair a liminar

É comum que as pessoas se perguntem quanto tempo leva para sair a liminar? A verdade é que não há um prazo fixo, mas pela nossa experiência, o juiz costuma analisar o pedido de liminar em até 48h, e às vezes até no mesmo dia, dependendo da urgência do caso.

Seu advogado especializado em saúde, inclusive, poderá despachar diretamente com o juiz, garantindo agilidade na análise do pedido.

Mediante ordem judicial, o convênio será obrigado a autorizar e cobrir de imediato as despesas com o tratamento prescrito.

 

O que acontece depois?

Após a decisão sobre a liminar, o processo terá seu trâmite normal, com a apresentação de defesa formal pelo convênio médico, a apresentação de réplica pelo beneficiário, produção de eventuais provas e, ao final, será proferida uma sentença.

Em seguida, vem a fase recursal, até que a decisão se torne definitiva.

 

Se entrar com um processo contra plano de saúde corro o risco de sofrer retaliações?

Não.  O usuário não pode ter o plano cancelado ou sofrer qualquer tipo de retaliação por mover um processo contra o plano de saúde. O acesso à Justiça é um direito constitucionalmente garantido e o Judiciário tem sido totalmente favorável aos usuários em quase 90% dos casos.

 

Conclusão

Bem, agora você já sabe que havendo indicação médica o plano de saúde deve cobrir o medicamento Kisunla (Donanemabe) no tratamento de Alzheimer e que a negativa do plano normalmente é abusiva e pode ser revertida judicialmente. Se isso acontecer, busque imediatamente orientação jurídica especializada.

Bueno Brandão Advocacia é um escritório especializado na defesa dos direitos dos pacientes com anos de experiência. Entre em contato conosco através do formulário abaixo e fale com um advogado especialista em saúde agora mesmo.

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